Ainda nesta semana estava pensando que nada falei aqui sobre o último conto do livro, cujo título é "O fim".
Fim de quê? Do mundo...
Seria apenas uma metáfora? Sim, pois o que pode ser mais intenso e devastador do que uma paixonite ou paixão adolescente? E a possibilidade de não concretização dessa paixão não é o fim do mundo? Ou vai dizer que seu mundo não acabou quando levou um fora daquela garota ou daquele garoto na escola?
E que dizer quando essa paixão ou amor é quase impossível? Quando existem barreiras morais ou de idade entre as duas pessoas? São agravantes que podem provocar as mais severas dores já experimentadas por um coração adolescente.
Bem, o conto relaciona um pouco essa questão da paixão juvenil que floresce rapidamente e que vê a possibilidade da perda como algo super-dimencionado, como o fim do mundo mesmo.
Mas o fim do mundo também é real no conto e as situações que ocorrem servem como pano de fundo para o desenrolar da paixão do jovem David. Os acontecimentos físicos que envolvem o planeta, as reviravoltas políticas, ambientais e sociais, brevemente pinceladas, dão ideia do caos que poderia se instalar no mundo. Portanto, o fim é realmente sobre o fim do mundo e aborda a questão de forma a induzir a reflexão.
E, se você não percebeu, ele se passa mesmo nos EUA. Por quê? Porque é lá que o mundo sempre acaba primeiro, todo mundo sabe. :)
Mauro Avila